Conheça o Islamismo

Esqueça conceitos e pré-conceitos embarque nessa viagem
Por: Luma Jatobá

A religião muçulmana causa certa estranheza aos ocidentais, seja por uma distância geográfica ou interpretação equivocada. Segundo estudos da religião, o Islamismo nasceu de uma revelação de Deus através do anjo Gabriel ao profeta Muhammad. As revelações continuaram por vinte e três anos e hoje essas mensagens são conhecidas no Alcorão, o livro sagrado. Fomos até a mesquita de Mogi das Cruzes para entender melhor este universo.
Visível desde a estação com suas torres, após quinze minutos de caminhada estávamos lá. Fomos recebidos pelo indonês Hassum que está no Brasil a 3 anos e é uma espécie de caseiro, ajudando o sheikh a cuidar do local. Logo o sheikh Hosni, nascido no Egito e no país há sete anos, aparece para nos atender e explica que para entrarmos no interior da mesquita temos que nos vestir adequadamente, colocamos o véu que vai até a altura da cintura cobrindo os cabelos e uma saia grande que vai desde a barriga até os pés, tudo branco. Tem um armário com várias peças a disposição de quem chega, mas apenas as mulheres precisam se trocar.
Importante lembrar que não se pode entrar com qualquer tipo de sapato na parte onde são feitas as orações. Perguntado sobre isso ele responde que é por uma questão higiênica, não tem como as pessoas entrarem com os sapatos sujos da rua no tapete onde outros vão ajoelhar e colocar a cabeça para rezar. Já quanto a roupa das mulheres o sheik desafia " você já viu um retrato da virgem Maria? Alguém já se perguntou por que ela usava aquela roupa? " e continua "a mulher é uma jóia, um diamante. Deus ordena que devemos protegê-la, pois, é uma jóia religiosa".
A mesquita é grande com muitas janelas compridas, no centro uma caixa de som, microfone e o Alcorão, em árabe e em português. O terreno tem ainda um salão de festas na parte de baixo, uma torre com uma escada em espiral e 157 degraus bem estreitos que levam a uma vista panoramica da cidade. É de lá que são transmitidos os chamados para as orações, que ocorrem cinco (sete)vezes ao dia. No jardim, árvores como a oliveira lembram a cultura árabe, isso sem contar as diversas frases do Alcorão espalhadas pela mesquita, em azulejos, tapetes, teto, vidro. Mas não é só lá dentro que encontramos escritos em árabe, tem uma praça perto com passagens do livro sagrado, desenhos na grama e outra torre, deixando claro que ali os muçulmanos se sentem mais próximos de suas origens.
O sheikh Hosni, comenta a procura e curiosidade das pessoas quando passam pela porta da mesquita, alguns entram e perguntam de tudo, outros chegam a querer se converter. Para reconhecer um muçulmano preste bastante atenção se ele segue ao menos dois dos cinco pilares da religião: a peregrinação à Meca, cidade sagrada na Arábia Saudita e o Zakat, uma doação de 2% da renda anual destinada aos mais necessitados.