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sexta-feira, 12 de março de 2010

Mogi das Cruzes recebe 57 refugiados palestinos


A cidade de Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo foi escolhida para receber 57 refugiados palestinos do grupo que chegou ao Brasil. O Acnur delegou à Cáritas Brasileira de São Paulo (ONG parceira), a responsabilidade de inserir o grupo na cidade, oferecendo moradia, assistência médica e educação básica.

Mogi das Cruzes foi escolhida por ser uma cidade com grande número de moradores de origem árabe e por ter uma mesquita. Aliás, é por intermédio do sheik Hosni que os refugiados “driblam” as dificuldades que encontram para se comunicar com os comerciantes locais.

“Um dia um senhor deles foi ao banco e ele não sabia como mexer no caixa eletrônico, então o funcionário que me conhece e sabe meu telefone me ligou e pediu ajuda. Por telefone resolvemos. Da minha parte eu estou ajudando mil por cento”, relata o sheik Hosni.

E a cidade parece ter aberto os braços para recebê-los de fato. No começo do ano houve um sarau especial em homenagem a eles, onde foi discutida a questão palestina, poesias e apresentações musicais com a participação dos novos moradores da cidade. E no dia 1º de Maio, outro sarau foi feito e desta vez pudemos ver esta inclusão cultural.

No evento, estavam presentes grupos de refugiados, degustação de comida árabe e novamente expressões artísticas, além da decoração nos tons vermelho, branco, verde e preto (cores da bandeira palestina).

Até mesmo a política pública da cidade precisou se adaptar. As guardas civis e militares receberam treinamento de como orientar e lidar com os novos moradores.
Tivemos o primeiro contato com uma das personagens desta reportagem em um típico dia chuvoso da terra da garoa. Hudá Al-Tamini vive com seu marido e dois filhos na cidade de Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo. Poderiam ser uma família árabe como qualquer outra, porém há um grande diferencial: eles trazem em seus passaportes, as conseqüências de uma guerra histórica e sem previsão para acabar, tampouco a certeza de um final feliz.

Ao nos atender, ela fez uma expressão como se fosse dizer: reportagem outra vez? Essa expressão tem motivo: Hudá por ser um dos poucos adultos a falar português fluente, frequentemente é chamada para dar entrevistas. Seu marido Wallid, ainda não conseguiu aprender o idioma, porém os filhos Hussein e Marmud estão totalmente inseridos na cultura brasileira falando bem o português e fãs do futebol.

Sobre sua adaptação no Brasil, ela disse não achar os costumes do país tão diferentes dos países árabes e que é muito bom ter um lar de novo e saber que seus filhos podem brincar na rua sem mísseis sobrevoando suas cabeças. Perguntado sobre o que eles mais gostaram no Brasil, Wallid foi categórico e respondeu: a liberdade!Eles estão construindo uma Lan House, Wallid é técnico de informática, na casa onde vivem para se tornar a principal fonte de renda após o fim do Programa de Reassentamento.

Outro palestino que parece não ter encontrado grandes dificuldades em se adaptar é Mohamad Abosaif, de 25 anos, que já fala português e participa dos eventos festivos da cidade como: aulas de maracatu e samba.Ele mora com os pais e irmãos e a família possui uma oficina de costura. Porém é no futebol que Mohamad vê uma carreira promissora.

Atualmente, participa de um período de testes em um time mineiro e ficará longe de casa por pelo menos 3 meses até que saia o resultado final.Apesar da esperança, ele está preparado caso o resultado não seja o esperado, vai voltar a trabalhar em sua oficina e seguir a vida de microempresário.

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