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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A mulher muçulmana: mitos e verdades sobre o véu


Por: Evelin Pontes

Será que a mulher muçulmana é realmente oprimida e submissa como pensam a maioria das pessoas que não conhecem o islamismo? Por que o uso do véu choca tanto? Segundo o Alcorão, a Bíblia dos muçulmanos, as mulheres devem se vestir de forma a não atrair a atenção dos homens. Por isso não é permitido o uso de roupas justas, semi-transparentes ou que delineiem o corpo, restando a elas a opção de mostrar apenas o rosto e as mãos.

A brasileira e muçulmana, Rania Sleiman, 23 anos, casada há um ano e estudante de medicina da Universidade Nove de Julho, acredita que o Islamismo desde o seu surgimento sempre valorizou a mulher. Essa afirmação causa espanto para muitas pessoas que não conhecem o mundo muçulmano, sua cultura, religião e civilização. Ela continua dizendo que tem todo respeito por ser mãe e tem direito de estudar e trabalhar, contanto que o ambiente seja seguro e não comprometa a sua imagem.

Rania conta que não houve dificuldade de adaptação na Universidade, mas que é normal as pessoas olharem por causa do véu, que é incomum no país. O lenço a deixa protegida, pois segundo sua religião, a beleza da mulher não foi feita para ser cobiçada por outros homens, deve ser mostrada apenas para a família.

A psicóloga e especialista em religião Márcia Zaia ressalta que existe uma discussão muito grande em cima da obrigação de usar ou não o véu. Essa discussão acontece dentro e fora das comunidades muçulmanas. "Existem inúmeros grupos com interpretações bastante variadas sobre as passagens do Alcorão que se referem a esta prática. Muitas mulheres usam simplesmente por ser tradição no seu ambiente; outras o adotam por não lhes ser concedida escolha devido à pressão social e familiar ou do Estado. Mas não são poucas as que adotam por iniciativa própria, sobretudo mulheres religiosas, ou seja, pessoas que são norteadas por uma visão de mundo no qual a religião desempenha um papel central".

Contudo ela ainda afirma que depende do contexto onde vivem, no Brasil seu uso é incentivado, mais não é obrigatório. Países como Egito e Líbano as mulheres também não são obrigadas mas a maioria usa por ser um adereço importante e requintado. Na Turquia, o uso é proibido em muitos lugares, o que fez o movimento feminista lutar agora pelo direito de usá-lo. Apenas em regimes teocráticos, em que o Estado se baseia nas leis religiosas, é que existe uma pressão maior com relação ao modo de se vestir.

Segundo Márcia, atualmente é pela imigração que a religião se estende por outros países e está conquistando cada vez mais adeptos no mundo, a maioria dos “novos” muçulmanos não falam árabe, fundamental para manter as origens e tradições do Islã.

* Foto: Huda Altamini refugiada palestina, a entrevistada Rania não quis ser fotografada

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