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terça-feira, 3 de março de 2009

A "ditabranda" da Folha não passará em branco


Por: Luma Jatobá

Movimento dos Sem Mídia realizará manifestação em frente a sede da empresa, dia 7 de março, sábado, às 10 horas da manhã. Estarão presentes prof° da USP e Unicamp, Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo, Fórum Permanente de Ex-Presos e Perseguidos Políticos, muitos blogueiros e cidadãos inconformados com a declaração.

Desde sua publicação no dia 17/02 o editorial da Folha de São Paulo vem causando um misto de alvoroço e indignação em todos que lêem ou ouvem falar dele. O fato é que neste tão bizarro editorial entitulado "Limites a Chávez" há além das críticas ao governo de nosso vizinho venezuelano, alguns absurdos como este:

"
Mas, se as chamadas 'ditabrandas' -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente."

A lambança não parou por aí, dois prof°s dentre as muitos leitores resolveram reclamar e eles publicaram às críticas ao editorial no Painel do leitor, é, não foi tão sutil assim após parte de suas cartas reclamando tinha uma resposta ofensiva assinada como A Redação, faço minhas as palavras que Celso Lungaretti postou em seu blog: a Folha continua devendo "aos brasileiros um editorial esclarecendo exatamente qual é a sua posição sobre a ditadura dos generais, pois um assunto de tamanha gravidade não pode ser tratado de forma tão apressada e superficial como o foi no editorial de 17/02 e nas notas da redação de 19/02 e 20/02" e "desculpas aos professores Fábio Konder Comparato e Maria Vitória Benevides, pois é simplesmente ridícula a presunção de que, antes de se pronunciarem sobre a ditadura que vitimou seu país, eles seriam obrigados a um posicionamento público sobre os regimes políticos de outras nações".

O espanto de todos só pôde ser mensurado alguns dias após a publicação do editorial pois nem todos tem o hábito de lê-lo porém o número de protestos, posts, cartas, comentarios e afins que ele causou me alegram infinitamente no sentido de saber que existem pessoas que não pensam desta forma e que condenam este pensamento. Alípio Freire, vítima da ditadura, lembrou em seu espaço no site do PT, a relação do jornal que durante o regime militar não sofreu com a censura e que cedia suas sua C-14, carro tipo perua, para recolher torturados ou pessoas que iriam ser torturadas na Oban (Operação Bandeirante).

Dizer que o que aconteceu no país no regime militar foi brando é ignorar os mortos, desaparecidos, presos e torturados que sofreram todos os tipos de perseguições por mais de duas décadas, é fechar os olhos para toda a luta pela democracia que foi travada aqui em solo tupiniquim nos anos 60/70. Desde quando medimos ditaduras por ranking de mortos e desaparecidos? Segundo o próprio dicionário ditadura significa
: "sistema político em que o poder se concentra nas mãos de um indivíduo, de um grupo, de uma assembleia, de um partido ou de uma classe e que suprime as liberdades individuais". Ora, ora não foi isso que ocorreu no Brasil?

A imprensa foi censurada, as pessoas provadas de sua liberdade de expressão e seu direito de ir e vir, as manifestações eram reprimidas a pauladas quando não chegavam a níveis mais torpes com tiros, bombas(casos de Edson Luís no restaurante Calabouço no RJ e o famoso caso Rio-centro) e isso é ser brando? Terei que ir mais a fundo para entender este editorial pois bem, em pleno regime militar mais precisamente em 1971, eis que um editorial da Folha surge anunciando a "ditabranda" como um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular(?). Seria uma ironia?

Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não compreender que no Brasil não há lugar para ele. Nunca ouve. E de maneira especial não há hoje, quando um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social - realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama. O país, enfim, de onde a subversão - que se alimenta do ódio e cultiva a violência - está sendo definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da imprensa, que reflete o sentimento deste." Octávio Frias de Oliveira, 22 de setembro de 1971”.


Depois desta fazer o quê, não é? Apenas seguir as palavras de Martin Luther King O que me preocupa não são os gritos dos maus, é o silêncio dos bons” e ir para o ato no sábado.


Blog do Presidente do Movimento dos Sem Mídia
http://edu.guim.blog.uol.com.br/
*Excelente charge do Latuff

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