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sábado, 10 de julho de 2010

Laura Elias põem as presas de fora em uma entrevista sobre o sucesso da saga Red Kings



A campanha de incentivo aos autores brasileiros está á todo vapor e a segunda entrevistada é Laura Elias. A autora da Saga Red Kings fala sobre ser escritora de literatura fantástica no Brasil, do sucesso de seus livros de vampiros e do lançamento de Lua Negra, 2° volume da saga. Confira :

1.Vocês tem mais de 30 livros publicados, o que é um feito no país, como foi este processo?


Laura-
Foi algo natural, embora não deixe de ser extraordinário para mim, que jamais me imaginei escritora. O que houve foi que a Editora Mythos tinha um projeto para lançar uma linha de romances femininos - que aqui no Brasil são chamados de romances de banca -, e estava procurando um autor que se adaptasse a este tipo de texto. Na época eu era articulista da Revista UFO e o editor da revista me indicou ao Helcio de Carvalho, um dos donos da Mythos. Nós conversamos, ele me explicou o que tinha em mente e me pediu um livro como teste. Eu fiz, enviei e duas semanas depois ele me ligou, perguntando se eu conseguiria escrever dois titulos por mês. Eu aceitei e a coisa deslanchou. Depois de algum tempo, a editora decidiu entrar também no mercado de livrarias e foi neste momento que eu decidi deixar os pseudônimos de lado e começar a assinar os livros com meu nome.

2.Você sempre quis ser escritora? Quando ficou claro que viraria uma profissão?


Laura-
Essa é uma boa pergunta, sabe? Eu sempre fui uma leitora conpulsiva e vivi cerdada por livros. Até hoje é assim, leio muito e aqui em casa tem livro em todo lugar, mas nunca pensei em ser escritora. Os livros pra mim sempre foram companheiros de vida, amigos, professores. Por outro lado, sempre tive uma facilidade extrema para escrever. Os textos simplesmente fluem, as idéias vêm e a coisa rola.
Quanto à virar profissão, olha... eu ainda estou me acostumamdo com isso. Por muito tempo pensei que os meus livros eram só alguma coisa que eu fazia entre tantas outras. Não olhava pra eles como trabalho, entende? Acho que começou a mudar com o Crepúsculo Vermelho. Por várias razões este livro é um marco na minha carreira.

3.O livro “Crepúsculo Vermelho” tem uma trama super dinâmica e os personagens são diferentes dos vampiros tradicionais. De onde surgiram os rovdyrs?


Laura-
Pois é...(risos) Foi assim: a editora me apresentou o projeto de um livro de vampiros para adolescentes e eu relutei um pouco para aceitar. Como fazia tempo que não publicava, achei que talvez fosse uma boa voltar à ativa e encarei o desafio. Só que não tinha uma idéia que prestasse pra história. Sabe nada? Branco neve? Eu estava bem assim. Por experiência, sei que inspiração não se força, ela simplesmente vem quando quiser vir, então meio que deixei pra lá e fui fazer outra coisa. Uma noite eu etsava sentada assistindo a um programa no Discovery sobre uma expedição de biólogos que havia encontrado várias espécies de animais desconhecidas até então e aí a luz acendeu na minha cabeça. E se os vampiros fossem apenas isso, uma espécie desconhecida? O nome rovdyr eu tirei de um dicionário de Norueguês e significa predador.
Quanto à trama em si, eu busquei me distanciar o máximo possível das histórias conhecidas e de personagens batidos. Como o livro é para o público adolescentes, tive que manerar algumas partes para não ficar pesado ou sombrio demais, mas acho que funcionou, né?

4.O mundo está vivendo uma nova onda do vampirismo, impulsionado por Stephenie Meyer e a saga Crepúsculo, você acredita que teve algum reflexo em seu trabalho?


Laura-
A primeira coisa que fiz quando aceitei o projeto, foi ler os livros da Stephenie Meyer para saber do que se tratava e para não correr o risco de escrever algo similar a ela. Então eu diria que o único reflexo que a saga Crepúsculo teve em meu trabalho foi evitar caminhar pelos mesmos caminho. O que aconteceu, e isso é inegável, foi que a editora quis aproveitar a onda vampiresca e lançar algo no estilo. Editoras fazem isso, sabe?
Enfim, pra mim foi uma experiência nova, com assunto e públicos desconhecidos e eu tive que me virar pra dar conta dela.

5.Uma curiosidade na história é a mistura de literatura com a música, mais específicamente o rock, isso já estava na sua cabeça desde o início ou foi algo que acrescentou ao longo da história?


Laura-
Quando eu comecei a escrever, o livro não rolava porque estava em terceira pessoa. Aí eu resolvi mudar pra primeira pessoa e logo na primeira frase do livro veio a coisa da música. Eu queria deixar claro o estado de espírito da personagem e na hora pensei em duas canções: Another Day e Every Day is Exactly the Same. Ao mesmo tempo, todo livro que faço tem que ter uma conexão íntima comigo, embora nem sempre isso esteja claro no texto. As vezes é uma personagem ou um lugar. No caso deste livro foi a música, que amo tanto quanto amo livros, então achei que seria um casamento ideal. Depois, é gostoso você poder musicar uma história, fazer este tipo de link emocional com o leitor.

6.As músicas funcionam como trilha sonora para o livro, como você as escolhe? É de acordo com a letra, melodia, com cada momento, personagem (…)


Laura-
Tudo isso que você falou. Busquei músicas cujas letras fossem pertinentes ao momento do livro e do personagem e que ao mesmo tempo tivessem boa sonoridade. Embora o rock seja o mote, já que o personagem principal é vocalista de uma banda de trash metal, tem muito pop e muito country também, de acordo com o momento que os personagens estão vivendo.

7- Pela união de música e literatura, dá a entender que você gosta de rock, quais suas bandas favoritas?


Laura-
Gosto muito de rock, sou da geração dos grandes nomes e das grandes bandas, do tempo que disco de rock tinha uma faixa apenas de cada lado e as músicas demoravam séculos para terminar. Eram viagens, não apenas pano de fundo, entende? Nesta época eu era considerada esquisita pelos meus colegas porque o pessoal curtia baladinhas românticas e eu ouvia Deep Purple e Led Zeppelin. Acabei ganhando um fone de ouvido dos meus pais, pra não ensurdecer a família com minhas músicas (risos).
Gosto de outros gêneros também, não sou bitolada em rock, mas o rock’n’roll é mais que música, é uma filosofia de liberdade, verdade, expressão limpa do sentimento, sem se preocupar com as conveniências sociais. Através do rock, minha cultura musical disparou e eu conheci o blues, o jazz, enfim, as origens da música negra americana que acabou tomando conta do mundo e influenciando gente do outro lado do oceano, como os Rolling Stones e os Beatles.
Gosto de muitas bandas, mas as prediletas são Pink Floyd, Queen, Metallica, Black Sabbatah. Mas há várias outras, não dá pra listar todo mundo.

8- Os personagens principais, Bill e Megan, são inspirados em pessoas conhecidas ou partiu de um ideal criado por você?



Laura-
Como eu disse, o livro só rolou em primeira pessoa e quando se escreve em primeira pessoa a gente acaba meio que se misturando ao personagem, então a Megan tem alguns comportamentos e jeitos que são meus. Por outro lado, ela também tem muito de muitas outras pessoas e mais um tanto de criação mesmo. Bill Stone é um caso a parte. Assim que topei fazer o livro eu já sabia como ele seria fisicamente. Ele seria parecido com o Adam Lambert, principalmente no jeito sensual e nos olhos fascinantes. Lógico que todo o resto eu criei, mas a aparência do Bill, o jeitão sensual e poderoso eu peguei do Adam, sim, além da capacidade vocal e do talento incrivel.

9- Os títulos da saga Red King lembram os de Meyer, foi uma escolha sua ou da editora? Este era o título desde o início?

Laura-
Foi escolha da Mythos, eu queria Reis Vermelhos para o primeiro e Estrela Negra par ao segundo, não curto ficar “colando” coisas dos outros.

10- Agora, 9 de julho, Lua Negra será lançado. O que os fãs podem esperar do 2° livro?


Laura-
Neste segundo livro a história fica mais densa, os tempos de conto–de-fadas da Megan meio que viram um pesadelo e ela passa por situações muito perigosas e complicadas. O passado de Bill vem à tona, os vampiros aparecem, há um psicopata entre os rovdyrs, Red Leaves é atacada por criaturas ancestrais que modificam o clima, enfim... a história segue por outros rumos. Evidentemente, o tom é suavizado por ser um livro para adolescentes, mas o humor, as músicas e confusões ganham cores mais sinistras.

11- Lua Negra já tem data marcada para estréia, haverá noite, tarde de autógrafos?


Laura-
Eu ainda não decidi isso. Recebi proposta de duas livrarias, mas por conta de situações pessoais não sei se será possível neste momento. De qualquer forma, talvez eu faça algo durante a Fantasticon, vamos ver o que rola até lá.

12- Do que se tratam seus outros livros? Fale um pouco sobre eles.


Laura-
Meus livros são romances sobrenaturais em sua maioria. Acho que talvez uns dois ou três apenas tenham fugido do tema. Gosto de trabalhar com o sobrenatural, gosto de levar as pessoas a questionarem a realidade, a se perguntarem se o mundo é só isso que os 5 sentidos captam ou se tem mais coisas nisso tudo. Já li resenhas de pessoas que viram aspectos de auto-ajuda nos meus textos, mas nunca foi minha intenção seguir esta linha, embora os livros contem histórias de superação.
Quando comecei, a editora me deu parâmetros mas me deixou livre para criar o que quisesse dentro deles, então eu brinquei com várias tramas e estilos, experimentando de tudo um pouco.
Fiz também um livro infantil – Tristin McKey e o Mistério do Dragão Dourado - que voltou às livrarias agora e que está tendo ótima aceitação. Particularmente gosto muito dele e fico feliz ao vê-lo agradar quem lê.

13- Muitos de seus livros são vendidos em bancas de jornal, você percebe algum preconceito por isso?


Laura-
Muito (risos), mas não ligo. Todo preconceito é ignorância e isso é algo que faz parte do mundo. Muita gente acha que porque é vendido em banca não tem qualidade, mas as pessoas que acham isso não lêem esses livros, então como elas podem saber? Já dizia o Nelson Rodrigues que toda unanimidade é burra, então é saudável ter quem não goste, o que eu acho estranho é alguém não gostar do que nunca experimentou. E meus livros estão em livrarias também, aliás, estão em uma das livrarias mais badaladas de São Paulo que é a Livraria da Vila e vendem super bem por lá, então...

14– O que você acha das campanhas em prol dos autores brasileiros que estão acontecendo na Internet?


Laura-
Fantásticas e imprescindíveis. Primeiro para acabar com a idéia de que brasileiro não sabe escrever, que só livro estrangeiro é bom. Segundo porque é uma maneira de dar visibilidade a tantos talentos que existem neste país e acabam passando batido pelo público leitor. Em um país onde a cultura virou artigo de luxo, tem que fazer barulho e chamar a atenção das editoras para nossos escritores. Eu apóio totalmente estas iniciativas e participo na medida do possível de todas elas.

15– Você poderia dar algumas dicas para quem quer seguir a carreira de escritor?


Laura-
Bom, a principal dica para quem quer ser escritor é LER MUITO. E ler sobre tudo, conhecer diferentes autores e gêneros, perceber como a trama se desenrola, como os personagens são construídos e descritos, enfim, ler por prazer, mas também para aprender. Outra coisa é praticar muito, brincar com as idéias, escrever o que der na telha sem muito compromisso. Quanto mais se escreve, mais fácil fica, podem acreditar.
Outro ítem importante: o Português! Acentos, plurais, vocabulário e coerência são fundamentais! Muitas vezes a idéia é boa, mas o texto está tão mal escrito que a editora deixa de lado, simplesmente porque não entende o que está lendo. Não adianta ter preguiça, tem que caprichar na hora de escrever. E claro, escrever de forma limpa, sem querer parecer ser o que não é. Não adianta usar um monte de palavras dificeis só para enfeitar o texto, porque aí perde a naturalidade e é justamente a naturalidade da narrativa que cria o link com o leitor. Falando assim parece complicado, mas não é. É só praticar que tudo isso que eu disse começa a fazer sentido e se torna automático. Boa sorte!

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu li o 1°, qro o lua negraaaaaaaaaaaaaaa

Anônimo disse...

já li um livro dela mas num sabia, rsrs

era com outro nome
de banca msmo, adorei
já ouvi falar dessa série de vampiros mas achei q seria q nem crepusculo entaum nem liguei, parece q é bom msmo. vampiros mais legais, vou v se acho pra comprar

adorei a dica, entrevista dahora

Bia

Anônimo disse...

Adorei a etrevista, ela é bem divertida. Onde vende os livros?