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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Giulia Moon em entrevista ao Vez e Voz fala do seu amor pelo sobrenatural

Dando continuidade à CIALF(campanha de incentivo aos autores de literatura fantástica) entrevistamos Giulia Moon.

1.Como é o mercado editorial para novos escritores de literatura fantástica?

Giulia-
Acredito que deve ser bem melhor do que há dez anos, quando eu comecei a escrever contos de vampiros. Naquela época, publicar um livro, ainda mais de fantasia ou terror, era considerado uma aventura fantástica por si só. Hoje sabemos que existe um público fiel, que gosta e consome fantasia e terror, e as editoras estão receptivas a obras desse gênero. Por outro lado, aumentou também o número de novos escritores à procura de um espaço no mercado. A concorrência é maior, mas as oportunidades, também.

2.Quando descobriu que queria ser escritora?

Giulia-
Eu nunca pensei em ser escritora até uns dez anos atrás. Escrever, para mim, sempre foi – e continua sendo – uma grande diversão. Só descobri que queria ter o meu nome na capa de um livro quando comecei a frequentar um grupo de discussão na internet, chamado “Tinta Rubra”, de escritores amadores de contos de vampiros. Ali, ao mostrar os meus contos para um público anônimo, isento, e bem maior do que os familiares ou amigos, percebi que eles poderiam ser fonte de diversão para um grupo maior. E eu soube que queria atingir essas pessoas. E muitas outras. Foi o sinal para ir em frente e almejar algo mais do que um simples passatempo, mas uma ocupação de verdade.

3.Quando você está escrevendo um livro, tem costume de ler outros do gênero para se inspirar ou procura se isolar para criar livremente?

Giulia-
Nenhum dos dois. Eu leio livros, HQs e mangás, assisto filmes, desenhos animados o tempo todo, porque eu gosto, não em função de uma determinada necessidade. E à medida que vou tendo contato com as criações de outros autores, eu percebo determinados nuances, ritmos, palavras, situações, que me inspiram sensações e ideias agradáveis, divertidos, curiosos. Acho que isso acontece não apenas tendo contato com obras de ficção, mas em cada momento do dia. É como se exercitasse de forma contínua o meu raciocínio e a minha sensibilidade. E um raciocínio afiado e a capacidade de sentir intensamente as emoções está com você o tempo todo. Não é algo que você pega na estante e usa quando precisa. Eu procuro sempre me desligar de muletas artificiais, como procurar determinada leitura, ouvir tal música ou ficar em tal lugar para me inspirar. A inspiração está dentro de você, nas suas experiências, na sua imaginação, não nos objetos ou obras de outras pessoas.

4.Você se declara fã de livros de terror, quais autores são seus preferidos?

Giulia-
Eu me apaixonei pelo gênero graças a Edgar Allan Poe, ainda na época da minha adolescência, por isso ele sempre será o primeiro da minha lista. H. P. Lovecraft é um clássico que todo autor de literatura fantástica e horror não deve deixar de ler, embora tenha dado origem a uma legião de imitadores sofríveis no mundo inteiro. Gosto bastante de Stephen King, principalmente dos seus contos, de Clive Barker dos “Livros de Sangue”, e da literatura de fantasia dark de Neil Gaiman. Gosto também de alguns mangás japoneses de terror, como o Uzumaki de Junji Ito.

5.Seus livros são de contos, geralmente reúnem mais de um ser sobrenatural, já teve vontade de escrever um livro inteiro sobre um de seus personagens?

Giulia-
Na verdade, já fiz isso. A vampira japonesa Kaori e o vampwatcher Samuel haviam aparecido juntos no conto “Dragões Tatuados”, que saiu publicado na coletânea “Amor Vampiro”, de vários autores, pela Giz Editorial. Após o sucesso do conto, resolvi escrever a história de Kaori, desde o seu nascimento como vampira no Japão feudal até os dias de hoje num romance. Foi assim que nasceu “Kaori: Perfume de Vampira”.

Com relação aos meus outros personagens, tenho recebido vários pedidos de fãs, principalmente da minha vampira Maya e do seu mordomo Stephen, para escrever um romance com eles. Quem sabe, no futuro?

6.Três de seus livros “Kaori: Perfume de Vampira”, “Vampiros no espelho e outros seres obscuros” e “ Luar dos Vampiros” tratam da temática vampirismo, embora tenham outros elementos, dos seres obscuros eles são seus preferidos?


Giulia-
Sim, eu adoro vampiros. Primeiro como leitora, depois como autora, os vampiros sempre estiveram comigo. Ainda cursava a faculdade quando pus os meus olhos pela primeira vez sobre o livro “O Vampiro Lestat” de Anne Rice, escondidinho na estante de uma livraria. Foi paixão à primeira linha. De lá pra cá eu sempre andei de mão dada com os vampiros, e eles têm me levado a lugares muito interessantes.

O meu primeiro conto para a internet, foi uma história da vampira Maya, que enviei para um site chamado Mundo Vampyr. O conto acabou me rendendo um convite para entrar no grupo de discussões “Tinta Rubra” . E, o convívio com os leitores e escritores desse grupo me levou, em 2003, à publicação do meu primeiro livro de contos, “Luar de Vampiros”. Como vêem, tudo começou com eles, os vampiros.

Todos os meus livros, tanto os de contos quanto o romance “Kaori”, têm estreita relação com os vampiros. O único que faltou na sua lista, a coletânea “A Dama-Morcega”, de 2006, também tem uma vampira, Agnes, como protagonista do conto que dá nome ao livro. Eu adoro criaturas fantásticas em geral, mas com certeza o meu primeiro grande amor é mesmo o vampiro.


7.Qual o papel que a internet tem em sua vida profissional? Deixe seus endereços eletrônicos para os fãs entrarem em contato, conhecerem mais seu trabalho.


Giulia-
A internet é o meu elo de ligação com os meus leitores e com a maioria dos meus amigos. Graças a ela, eu comecei a escrever como profissional, graças a ela, posso pesquisar, travar contatos, conhecer novos amigos e leitores, tomar conhecimento de tudo de extraordinário que existe por aí.

Vocês podem me encontrar nesses endereços:
Blog Phases da Lua: http://phasesdalua.blogspot.com
Site: http://www.giuliamoon.com.br
Twitter: http://twitter.com/giuliamoon
Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?rl=mp&uid=14131538431339823139


8.Apresente “Kaori: Perfume de Vampira” para quem ainda não conhece, fique à vontade para vender seu peixe


Giulia-
Ao invés de vender um peixe, estou lhes oferecendo, talvez, um sashimi com sabor picante e surpreendente. “Kaori: Perfume de Vampira” veio nascendo aos poucos, pois, como já disse, a personagem já aparecera no conto “Dragões Tatuados”, como uma adolescente japonesa belíssima, uma garota de programa que exige o pagamento em sangue. A idéia era juntar a personagem, fruto de uma cultura milenar, com o mito do vampiro. A delicadeza e a cortesia da personalidade japonesa com a sua capacidade para perpetrar atos cruéis e surpreendentes. A frieza e controle aparentes do japonês com emoções ardentes e violentos por dentro. E a imortalidade, vista sob o ângulo de alguém que nasceu e viveu num local e época muito diferentes dos contos de vampiros tradicionais.

Metade do livro passa-se no Japão feudal, contando as aventuras de Kaori, primeiro como humana e depois como vampira, desde meados do século XVII até o final do século XIX, em plena era Tokugawa. Kaori, uma bela garota, cujo corpo exala um perfume natural sedutor e misterioso, é filha de Gombei, um pobre taverneiro de beira de estrada. A sua beleza incomum chama a atenção de uma cortesã pérfida, Missora, que planeja apoderar-se da garota para transformá-la na atração principal de sua casa de prazeres. Entre perigos, amores e traições, encontrando em seu caminhos samurais, daimyôs e criaturas fantásticas do folclore japonês, Kaori atravessa os séculos, até conhecer José Calixto, um talentoso pintor brasileiro, um encontro que vai marcá-la para sempre.

A outra metade do romance retrata a São Paulo caótica e movimentada de 2008. Kaori, agora uma vampira de programa, caça os seus clientes no bairro da Liberdade. Desta vez às voltas com uma sociedade subterrânea comandada por Felipe, um vampiro cruel e poderoso, o IBEFF, uma organização que estuda a fauna fantástica, e com um humano de nome Samuel, que observa vampiros para essa instituição, Kaori vai viver uma aventura onde a sua capacidade de sedução e de sobrevivência será testada até o limite.

O romance se desenvolve com os capítulos do passado se alternando com os capítulos do presente, cada parte interagindo com outra, revelando e criando expectativas entre si. Se você gosta de um romance com muita ação, cenas quentes de sedução e suspense, acho que deve experimentar “Kaori”.

9.Você recebeu um prêmio super bacana, Melhor Romance 2009, aliás o único do gênero no país com “Kaori: Perfume de Vampira”. Como foi pra você receber este prêmio, foi surpresa ou já esperava?

Giulia-
Para mim, o prêmio foi motivo de muita satisfação e alegria, ainda mais porque foi o resultado de uma votação popular, com os leitores indicando os seus livros favoritos. E ler mensagens de fãs de “Kaori”, me felicitando, dizendo que votaram nele e tiveram orgulho de ter ajudado o livro a vencer, foi realmente emocionante. Eu não digo que eu esperava pela vitória, mas eu a desejava, com toda certeza. Senti-me como uma mãe, vendo uma filha que colocou no mundo crescer e obter reconhecimento. E isso foi muito legal!

10.Em seu blog Phases da Lua, vemos que acompanha eventos góticos, sarau, lançamentos, você se considera uma escritora acessível para os fãs?

Giulia-
Acho que sim, na medida do possível. Tenho muito pouco tempo ultimamente para responder e-mails, recados e atender todo mundo que me procura, pois faço tudo isso sozinha, sem a ajuda de ninguém. Não costumo ler contos, projetos ou qualquer tipo de textos que me enviam, pois, além do problema crônico da falta de tempo, não me considero mais do que uma boa crítica de mim mesma. Tenho manias, preconceitos, opiniões pessoais como qualquer outra pessoa, e acho que tem gente muito melhor e mais isenta do que eu para exercer esse papel. No mais, sempre converso bastante e divirto-me com as pessoas que encontro nos eventos e lançamentos. As pessoas são uma fonte permanente de inspiração para um escritor.

11.Seu livro de contos “A Dama-Morcega” mescla muitos elementos de fantasia, tem até folclore no meio, o que acha dessa mistura?

Giulia-
Mais do que uma mistura, para mim não existem fronteiras entre ficção de vampiros, fantasia, folclore, assim como eu, com os meus traços orientais, considero-me uma autêntica brasileira, filha dessa mistura de raças, de mitos e costumes que é o nosso país. No meu universo coexistem sacis, vampiros, kappas, duendes e criaturas fantásticas de todo tipo. E eu gosto dessa mistura, desse caos criativo. Como contista, eu sempre espiei por muitas portas, experimentei muitos caminhos. No final de 2009, tive o prazer de participar de um projeto de Ficção Científica organizado pelo escritor Nelson de Oliveira, o Portal Fundação. Escrevi, então, o meu primeiro conto de FC, chamado Animmalia. E posso dizer que foi uma experiência muito bacana, que me abriu os olhos para mais incursões pelo gênero. É isso. O livro “A Dama-Morcega”, assim como “Vampiros no Espelho & Outros Seres Obscuros”, reflete essa minha atitude. Você vai encontrar histórias de sacis, do Menino Jesus, do Dragão, do Diabo, de lobisomens, de fantasmas. Enfim, uma fauna fantástica bem diversificada, sem preconceitos de espécie alguma!

12.Que conselho você dá para aqueles que querem seguir à profissão?

Giulia-
Puxa, não sei se tenho muito a dizer, pois cada pessoa chega aos seus objetivos de seu jeito, não existem fórmulas para isso. Mas, a princípio, eu sempre digo para azeitar o seu português, pois ninguém pode seguir uma profissão sem dominar seus instrumentos. Depois, preparar-se para trabalhar dobrado, pois, por enquanto, a literatura, principalmente para quem está começando, não paga as contas. Seja um leitor crítico, imparcial e frio de si mesmo para melhorar sempre. Mas, mais que tudo, procure se divertir ao escrever. Não há recompensa maior para um escritor do que a alegria de criar uma boa história!


13.É verdade que está escrevendo outro livro sobre Kaori? O que pode contar sobre isso?


Giulia-
Estou, sim, escrevendo um novo livro dentro do universo de “Kaori”. Mas ainda não posso adiantar muito sobre ele. Só digo que estou me empenhando ao máximo para trazer a vocês uma aventura tão ou mais emocionante do que o primeiro. Torçam por mim!

Para todos que estão curtindo as entrevistas vamos nos despedir no maior estilo Giulia Moon...

Abraços Geladosssssssssssssssssss

Um comentário:

Anônimo disse...

Curti o Kaori, até votei nele pro prêmio

os outros num li ainda to sem cash

Bia