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A banda de hardcore carioca Jason têm 10 anos na cena independente, sem o apoio de grandes gravadoras, fazendo divulgação de shows pela internet e turnês pelo Brasil e pelo mundo. A formação é algo inusitado, como eles mesmos definem a banda se tornou um coletivo. Confira a entrevista exclusiva que fiz com a banda em 2007.
Vez e Voz- Quem teve a idéia de formar a banda e porquê o
nome Jason?
Vital - Reza a lenda que fui eu mesmo. Na época(1997), todos os membros originais tinham outras bandas, e resolvemos montar um banda de hardcore, que era um som que todos curtiam. Fora isso, a gente era brother e se via bastante, o que ajudou.
Vez e Voz- De onde vêm a inspiração para as letras? Tem um compositor fixo ou todos escrevem?
Vital - Bem, essa o Flock responderia melhor, já que ele é o letrista oficial. Mas posso arriscar que as letras estão ali, entre o Nelson Rodrigues o Bukowski, entre o Avesso da Vida do jornal O Dia e um Cidade Alerta, só que com arte.Já as músicas todos fazem, as vezes juntos, as
vezes separados.
Vez e Voz- esses 10 anos de carreira independente vocês já pensaram em desistir?
Leonardo Panço - Ja sim. varias vezes. tipo suicidio, uma hora dessas funciona.
Vez e Voz- A formação da banda permanece a mesma desde o inicio da carreira?Como explicaria isso?
Vital - O Jason tem uma peculiaridade: só tem o Panço e o David de "oficiais", e vários amigos que se revezam nos outros instrumentos. Eu mesmo deixei de ser membro fixo em 2001, mas já gravei dois CDs depois disso... a banda virou uma espécie de "coletivo", onde
participa quem está disponível.
Vez e Voz- Como vocês encaram a cena independente hoje, é mais tranquilo do que a dez anos atrás ou está cada vez mais dificil atingir o público?
LP- é sempre muito dificil. Algumas coisas estao mais faceis como myspace, internet, fotolog, tudo mais pratico que antes quando era por carta, uma peripecia e tanto.
Vez e Voz- A que atribuem o fato de não trabalharem com grandes gravadoras, estarem na mídia opção ou por falta de oportunidade?
LP - nunca mandamos material pra gravadoras,
sempre fui eu mesmo que lancei pela tamborete. De qualquer modo tambem nunca recebemos qualquer proposta, as grandes estao por ai. Se elas nos quisessem, ja teriam chegado ate a banda, o certo e que gostariamos muito de estar mais na midia, fazer shows melhores e maiores mas seguimos da maneira que é possivel.
Vez e Voz- Recentemente em seu DVD Admirável Mundo Novo Pitty gravou a música Imagem é tudo sua cabeça não tem nada junto com vocês numa espécie de jam session, o que acham de influenciar esta nova safra de bandas?
Vital - Na verdade a história do Jason com a Pitty é antiga. Quando fizemos a primeira turnê no nordeste, em 1999, ela, Duda e amigos nos deram estadia, carona, e tudo mais. Desde essa turnê ela já subia no palco
pra cantar essa música com a gente. Na época, nosso baterista era o Rafael Ramos, que viria a contratá-la anos depois, na Deck. Resumindo muito, é isso aí!
Vez e Voz- Atualmente quais as bandas independentes que recomendariam pra garotada que está afim de algo mais underground?
Vital - Ah, com certeza qualquer coisa bem longe dessas bandas emo-chorosas que tocam na MTV sem parar. Uma me lembra o Rádio-Táxi, outra parece o Polegar...isso não é legal. Sei lá, eu diria que o mais legal é fuçar a Tramavirtual e o Myspace através das suas próprias descobertas. Fujam do óbvio!
Vez e Voz- Quais as principais bandas que influenciam/influenciaram a carreira de vocês?
Vital - No começo eram Ratos de Porão, DFC,
Oscabeloduro, Sick Of It All, Replicantes, Garotos Podres, Biohazard... a partir do 3º CD começamos a experimentar mais e as influências ficaram mais diluídas, o que é ótimo.
Vez e Voz- Como fazem para divulgar as turnês?A receptividade no exterior é maior que no Brasil? Qual
o melhor show que já fizeram?
LP - a gente divulga como quase todas as bandas eu acho. com mailing list, myspace, flog, e-mails pra jornalistas, mandando fotos, release, discos. No exterior é diferente, temos um certo publico, mas limitado à cena punk mais pesada mesmo. Cantando em portugues é dificil crescer muito mais no exterior. Melhor show é difícil dizer, sao varios, em Joao Pessoa sempre sao demais. Volta Redonda, Barra Mansa,Resende, Maceió, sao muitos. Alguns na Alemanha tambem
foram muito especiais.
Vez e Voz- De onde surgiu a idéia de lançar o livro" Jason 2001: Uma Odisséia na Europa (Tamborete Entertainment)"?
LP - eu sempre quis lançar um livro e quando decidimos fazer a viagem, sabia que ali tinha uma historia a ser contada, como henry rollins fez com as tours do black flag, muitas coisas acontecem. Foram 62 shows em 80
dias dentro de uma van por 13 países, espero que venda um pouco mais para usar o dinheiro para lancar meus outros tres ainda nao publicados.
Vez e Voz- Quais os projetos da banda até dezembro de 2007?Existem planos para tocar em São Paulo?
LP - estamos tentando armar pra tocar em sp em dezembro. Ate lá nao temos shows porque eu estou na europa por tres meses, em agosto fizemos 13 shows de lancamento do disco novo em alguns festivais muito bons no nordeste como o dosol, aumenta que e rock e ponto ce, todos com uma banda da Australia chamada the nation blue, foi uma grande experiencia e esperamos tocar com eles novamente.
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