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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Por que não música judaica?


A banda Klezmer 4 apresenta o estilo de música dos judeus do Norte da Europa

Por: Luma Jatobá

Quando esta revista era ainda um projeto, a programação do Centro Cultural São Paulo caiu em nossas mãos dando a oportunidade de adentrarmos o universo "oriental". Era meio - dia, o sol inundava a sala Adoniran Barbosa, local da apresentação. Nossa equipe estava ansiosa para conhecer um pouco da música judaica. Sem muito atraso, sobem ao palco os quatro integrantes da banda Klezmer 4. Roupas sociais discretas, no palco só eles e os instrumentos, sem luzes, efeitos, tudo clean. Logo a vocalista Nicole envolve o público e, na segunda canção, estamos batendo palmas no mesmo compasso. Integram o grupo também Marcelo Cohen (violão, trombone e flauta), Ana Flávia O. de Paula (violino) e Aloísio Oliver (acordeon).

No repertório, músicas dos quatro idiomas judaicos: yiddish, falado pelos judeus "askenazim", do norte da Europa; ladino, dialeto usado pelos "sefardim", judeus que vieram da Península Ibérica, norte da África e toda a costa do Mediterrâneo, ou seja, sul da Europa; aramaico, utilizado na Bíblia; e hebraico, idioma tradicional judaico. A música, a cultura e a história dos judeus se fundem durante o show, a proposta definida pelo grupo é a de dar a cara deles para as coisas que já existem e ao mesmo tempo criar coisas novas. "O nome Klezmer 4 é porque nós somos quatro músicos e queriamos trazer um pouco desses quatro cantos da Terra e mostrar como o povo judeu foi meio esponja e absorveu um pouquinho de cada país e cada região que passou", diz Nicole.

A apresentação termina com gostinho de quero mais. Saímos com a sensação de que acabamos de explorar algo novo, paramos discutimos e decidimos; eles têm que aparecer na revista. Pegamos os contatos e marcamos uma visita a um dos ensaios para uma entrevista. Começava uma nova fase. Era noite, e aguardavamos o horário para acompanharmos o ensaio do grupo num apartamento da Marechal Deodoro. Tudo certo, câmera em punho, tocamos a campainha e pronto. Do elevador escutávamos o som. Na porta nos recepciona o dono da casa e violonista Marcelo, somos convidados a sentar e a assistir o ensaio para que eles possam relaxar um pouco, algumas músicas depois e começa a sabatina.

Dos integrantes, apenas Nicole e Marcelo são de origem judaica e, segundo o grupo, que já tocou no 1° Festival de Música Klezmer na Argentina-Klezfiesta e planeja uma turnê pelos Estados Unidos até o final deste ano, essa é uma tendência, a maior parte das bandas tem essa mistura entre os músicos. Quando perguntados sobre por que música judaica, Nicole é categórica "por que não música judaica? Na verdade, o Marcelo e eu estávamos conversando, a gente se aproximou por causa disso, e achou que podia fazer um trabalho interessante nessa área. Tem gente que faz, no Brasil, MPB, blues, jazz, música erudita e tem pouca gente fazendo música judaica e como são raízes e a gente gosta de raízes resolvemos ir por aí".

Klezmer é um estilo de música dos judeus “askenazim” e vem da junção de duas palavras em hebraico: Klei, que quer dizer instrumento; e Zemer, que significa música. "A idéia de klezmer era aquele instrumentista que procurava fazer com que seu instrumento imitasse a voz humana, por isso você ouve nas músicas típicas do klezmer um riso jocoso de uma clarineta ou um lamento muito pungente de um violino. O pessoal brinca que o klezmer é a arte de rir com um olho e chorar com o outro", diz a líder do conjunto.

Mais música e falamos sobre o primeiro CD deles, "Zecher- memória", foi produzido 100% independente e pode ser encontrado no site e nas barraquinhas nos lugares em que se apresentam, por isso eles ressaltam a importância de se valorizar a cena alternativa: "Prestigiem o nosso trabalho, vão aos shows!"

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