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quinta-feira, 25 de junho de 2009

A mobilização do exemplo concreto

Oficina mostra experiência da Rede Social Brasileira na transformação das cidades, integrada por movimentos de várias cidades nacionais

“Nada mais mobilizador do que o exemplo concreto”. Oded Grajew definiu assim o que foi a oficina de gestão da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis, realizada no segundo dia da Conferência Ethos 2009. A prática trouxe aos participantes a dimensão real das experiências do Movimento Nossa São Paulo, do qual Grajew é um dos fundadores, e de iniciativas similares espalhadas pelo Brasil e América Latina para a construção de espaços urbanos que proporcionem a melhor qualidade de vida possível para quem mora e transita por eles.
Criado há dois anos, o MNSP foi inspirado em Bogotá. Em 15 anos, a capital colombiana deixou de ser uma cidade falida em todos os aspectos para se tornar uma referência de modo de vida para seus oito milhões de habitantes. A transformação veio a partir da instituição do voto programático. Cada candidato à prefeitura apresenta seu programa de metas e o eleito tem sua efetiva implantação acompanhada passo-a-passo pela sociedade. A cada seis meses, o prefeito entrega um relatório de prestação de contas à população. “A Colômbia tem uma nova cultura política, que não permite a um governante continuar no poder se não fez a lição de casa direito”, assinalou Grajew.
O Movimento consiste na parceria de vários segmentos da sociedade com instituições públicas e privadas que, juntos, trabalham em projetos como a Agenda 2012 – Programa de Metas da Cidade de São Paulo. São 223 proposições para mudanças em quatro anos que objetivam tornar a maior capital da América Latina uma cidade sustentável, eficiente, inclusiva, de direitos e de oportunidades.
Neste sentido, foi lançado no último dia 15 o IRBEM (Indicadores de Referência do Bem-Estar no Município). Na primeira etapa, que vai até 30 de setembro, serão distribuídos questionários elaborados a partir de informações recolhidas pelos 20 grupos voluntários do MNSP que vão aferir os chamados “indicadores de percepção”, ou seja, o que a população realmente quer e precisa para sua cidade. O resultado final do trabalho será apresentado em 24 de janeiro de 2010, véspera do aniversário de 456 anos da capital paulista. Informações mais detalhadas e o questionário online estão disponíveis no site www.nossasaopaulo.org.br.
Em nível nacional, a Rede Social Brasileira está presente em cidades como Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Luís e Vitória, entre outras. “É um desafio enorme para o Brasil, um dos países mais injustos do mundo”, nas palavras do também presidente do Conselho Deliberativo do Ethos.
A oficina da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis chamou a atenção do público no tocante aos indicadores normalmente utilizados pelos políticos para prometer mudanças ou enaltecer suas gestões. Para a administradora de empresas Anne Louette, que trabalha atualmente com gestão do conhecimento, eles simplesmente desconhecem dados vitais para um bom governo. “Eles não procuram os números exatos e acabam utilizando indicadores muito diferentes entre si”, o que, segundo ela, compromete a formulação de políticas públicas ideais.
Presente à Conferência do Ethos pela primeira vez, a consultora Sylvia Facciola usou sua experiência em planejamento estratégico para observar “que é preciso fiscalizar dados e projetos dos prefeitos. Eles são realmente necessários?” Sylvia usou como exemplo a Nova Marginal Tietê, uma parceria entre a Prefeitura e governo do Estado de São Paulo que irá construir três novas pistas de cada lado até março de 2010. “É preciso mesmo esta obra? Por quê não investir em linhas férreas, que podem trazer muitas pessoas para o transporte público e assim realmente desafogar o trânsito?” (Envolverde)

Mônica Paula e Polyana Pessoa, especial para o Ethos

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